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Padre João se manifesta sobre fraudes ocorridas no Processo de Eleições Diretas do PT

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Diante das denúncias de irregularidades ocorridas no último dia 9, data em que foi realizada a etapa municipal do Processo de Eleições Diretas (PED) do Partido dos Trabalhadores, o deputado federal Padre João, enviou carta aberta ao presidente nacional do partido, Rui Falcão, solicitando apuração das fraudes ocorridas, que comprometem o processo democrático interno.

Leia a carta na íntegra:

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Ao companheiro Rui Falcão, presidente nacional do Partido dos Trabalhadores.

Nessa quinta-feira, 27 de abril, serão analisados os recursos a respeito do PED na executiva nacional do PT. Já é de amplo conhecimento por parte da direção nacional as denúncias que nossa chapa fez a respeito das fraudes ocorridas no PED em Minas Gerais. Não se trata de um ou outro caso isolado, mas sim de algo planejado e que contaminou a maior parte do processo no estado.

 

A primeira parte da fraude se deu ainda na inscrição de chapas municipais, quando várias chapas e candidaturas foram inscritas a revelia dos(as) filiados(as) que estariam pleiteando a tais cargos. A segunda parte se deu na indicação dos locais de votação do PED, quando o mesmo foi feito na maior parte do estado não por lideranças ou dirigentes locais, mas por terceiros. Tanto no caso das chapas e candidaturas inscritas na secretaria de organização do PT de Minas quanto em relação à indicação dos locais de votação, não tivemos acesso a nenhum documento protocolado nessa instância, mesmo depois de apresentarmos sucessivos recursos.

 

Essa situação deu todas as condições propícias para o êxito da fraude geral e irrestrita, porque seria impossível fiscalizar o processo em 734 cidades que ocorreram o PED, uma vez que nem ao menos sabemos quem foram os responsáveis por conduzir o processo na maior parte desses municípios.

 

Passado o PED constatamos o que já era esperado: os números informados nas atas das supostas votações na maior parte do estado incondiz com a realidade do PT. Chama especial atenção a taxa de comparecimento, sendo que onde ocorreu votação para a chapa municipal e estadual compareceram apenas 25,78% dos filiados aptos, enquanto para os municípios onde não houve chapa municipal 63,37% dos aptos ‘compareceram’, em tese, para votar. Essas discrepâncias nos levaram a pedir a impugnação de 328 municípios, que inclui todos aqueles que só votaram para a chapa estadual além de 89 com fortes suspeitas de fraude. Inclusive, identificamos crime de falsificação de assinatura.

 

Na maior parte desses municípios não reunimos provas que sustentam o que denunciamos e, por isso mesmo, solicitamos que o diretório estadual as atas e listas de votantes para conferência. Esse pedido ia ao encontro com a sua determinação,

 

enquanto presidente nacional do partido, junto com o companheiro Florisvaldo, enquanto secretário nacional de organização, para que as instâncias estaduais dessem transparência ao processo. No entanto, mais uma vez a direção estadual do PT nos negou o acesso a tais documentos.

 

O comportamento da direção estadual do PT nos leva a crer que esses dirigentes tem agido mais como representantes de uma chapa do que como membros de uma instância partidária, o que exigiria deles o máximo de isonomia possível. Além do que aumentam ainda mais as suspeitas de que houve no estado uma fraude generalizada coordenada pelos membros da própria direção.

 

Diante da gravidade dos fatos, recorremos à direção nacional do PT para que intervenha em Minas Gerais, apure todas as denúncias já feitas e dê o devido encaminhamento. Se tudo permanecer como está, o Congresso Estadual marcado para ocorrer entre os dias 5 e 7 de maio não terá nenhuma legitimidade e compromete, inclusive, a participação dos membros de nossa chapa. Da mesma forma, não reconheceremos a legitimidade da próxima direção estadual eleita bem como dos delegados eleitos para o Congresso Nacional do partido.

 

Por fim, confiando no seu compromisso com a ética e a democracia interna do PT, peço o empenho pessoal na resolução desses problemas para que tenhamos condição de participar do 6º Congresso do PT e contribuir para o fortalecimento do nosso partido. O momento, mais do que nunca, exige de nós muita responsabilidade e não podemos tolerar os que agem de forma inconseqüente para preservar seus interesses pessoais. Afinal de contas, entendemos que o PT e o petismo devem ser maior do nós mesmos.

 

Saudações de estima,

Deputado Federal Padre João

Brasília, 27 de abril de 2017

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