Em clima de partilha, alimentando a fé e a luta do povo, foi realizada na manhã do dia 1° de maio a XXVII Romaria dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Urucânia, Região Pastoral Mariana Leste. Milhares de romeiros participaram deste ato que marca o dia dos trabalhadores na Arquidiocese. O deputado federal Padre João, natural de Urucânia e membro do clero da Arquidiocese de Mariana, participou de mais uma edição da romaria.
“Todos os anos participo da romaria e este ano tivemos uma motivação a mais: os direitos dos trabalhadores e à aposentadoria estão gravemente ameaçados pelo governo ilegítimo de Michel Temer. Portanto, esta romaria vem renovar a esperança, a fé e a vontade de lutar do povo. Não podemos permanecer indiferentes diante das injustiças que nosso país vem sofrendo. Nesse sentido, a romaria colabora para entusiasmar os cristãos na caminhada”, ponderou Padre João.
“Viemos dos vários lugares para participar da XXVII Romaria. Ela envolve os grupos eclesiais, as entidades, as associações, os movimentos sociais da nossa arquidiocese. Este é um espaço de formação popular, um espaço que alimenta as nossas lutas por vida e dignidade, para o trabalhador e para a trabalhadora”, ressaltou o coordenador da Dimensão Sociopolítica, padre Marcelo Santiago.
Para Pedro Simão, de Coimbra, a Romaria é espaço de renovar as esperanças para a evangelização. “Eu participo da romaria desde 2013 e participar desta caminhada significa a evangelização dos nossos irmãos. Pois, aqui eu ganho mais força para voltar para a minha comunidade e continuar evangelizando nessa luta da Igreja em saída”, afirmou.
Espaço de reflexão
O desemprego e às reformas em curso no país, de modo especial, as reformas trabalhista e previdenciária foram alguns dos pontos de reflexão da Romaria. “É a organização que nos leva a conseguir aquilo que desejamos, como dignidade e vida para todo o povo. Com o nosso tema ‘Trabalhadores e Trabalhadoras em defesa da vida’ e lema ‘Organizar o povo para salvar o Brasil’, queremos refletir nesta romaria sobre a realidade triste do desemprego e sobre este pacote de maldade de reformas do atual governo, voltado para a economia, para o capital e contra os trabalhadores e as trabalhadoras. É o conjunto de medidas que tira direitos e conquistas sociais, trazendo mais exclusão social”, disse padre Marcelo.
Segundo Maria José, da Comissão Arquidiocesana de Articulação da Pastoral Afro Brasileira, a tradicional Romaria do dia 1º de maio significa que a Igreja, particularmente a Arquidiocese de Mariana, tem um posicionamento firme e consciente em defesa dos trabalhadores e trabalhadoras. “Precisamos garantir que o trabalho seja instrumento de dignidade e não de exploração da pessoa. Por isso, precisamos unir forças e organizar o povo para conquistar uma sociedade sem explorados e sem exploradores, onde haja justiça e igualdade de direitos”, explicou.
Após a caminhada pelas ruas da cidade, todos participaram da missa no Santuário de Nossa Senhora das Graças, que foi presidida pelo padre Marcelo e concelebrada por
outros padres da arquidiocese. No final da celebração, o vigário episcopal da Região Leste, cônego Lauro Versiani, leu a carta da CNBB aos trabalhadores de todo o Brasil.
Padre Dário Chaves, anfitrião da Romaria, agradeceu a presença de todos os romeiros, dos presbíteros presentes e de todos os envolvidos, que colocaram os seus dons a serviço dessa romaria.
*Com informações do site: arqmariana.com.br.