Em solidariedade ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o deputado federal Padre João esteve em Curitiba nesta quarta-feira (10/5), juntamente com parlamentares, representantes de movimentos sociais e diversos coletivos. Objetivo foi manifestar apoio a Lula que, na condição de réu na operação Lava Jato, prestou depoimento ao juiz Sérgio Moro. O interrogatório começou às 14h30, terminou às 19h10 e foi seguido de um ato político na Praça Santos Andrade, região central da cidade, na qual milhares de pessoas se reuniram para ouvir o ex-presidente.
Para o deputado Padre João, a participação de milhares de pessoas no ato é uma demonstração clara de um presidente que cativou o coração dos brasileiros porque soube olhar para os mais pobres. “Em tempos de Justiça seletiva e de uma imprensa partidária, que persegue claramente os políticos do PT, é com muita satisfação que fui apoiar nosso eterno presidente Lula. Por que ele é tão perseguido? Porque os golpistas não se conformam com o favoritismo do presidente para as eleições em 2018. Lula foi o melhor presidente da história do Brasil e representa uma ameaça porque tirou 36 milhões de brasileiros da miséria. Com políticas públicas justas e eficazes, Lula propiciou igualdade de oportunidades aos brasileiros, sobretudo os mais pobres, e permitiu a emancipação social, educacional, cultural e econômica de milhões de pessoas”, enfatizou.
O depoimento
Durante quase cinco horas, Lula respondeu a uma série de perguntas do juiz Sérgio Moro sobre a suposta propriedade de um imóvel tríplex no Guarujá, litoral paulista. O Ministério Público acusa o petista de ter recebido o apartamento em uma negociação de propina com a empreiteira OAS, que tinha contratos com a Petrobras.
A Justiça Federal divulgou os vídeos na íntegra cerca de uma hora após o fim do depoimento. As imagens demonstram que Moro tentou, em vários momentos, “cercar” o petista com questionamentos sobre a relação dele com delatores e réus na Lava Jato – como se tentasse “produzir provas” contra o réu. Os advogados de Lula se recusaram a responder perguntas formuladas pela defesa de outros acusados, especialmente aqueles que assinaram acordos de delação premiada.
Sempre que falou sobre o apartamento tríplex, o ex-presidente negou todas as acusações e ressaltou a falta de provas. “Eu não solicitei, não recebi, não paguei nenhum tríplex. Não tenho”. Por outro lado, Lula admitiu que visitou o imóvel, porque a empreiteira pretendia vendê-lo para algum de seus familiares – o que não aconteceu.
Próximos passos
O depoimento encerra a fase instrutória do processo, quando são produzidas as provas. Nos próximos meses, as partes devem apresentar as alegações finais e, em seguida, os autos do processo voltam às mãos de Sérgio Moro, que é o responsável pela sentença. Não há prazo para a decisão do juiz federal, que pode absolver ou condenar os réus em primeira instância. Ou seja, mesmo após a sentença de Moro, cabe recurso.
“Moro precisa entender que não está acima da Lei e que, numa democracia séria, o papel dos juízes é prezar pela imparcialidade e pela ética. Está claro que estão usando um processo judicial como mecanismo de perseguição política. Moro não é Deus. Espera-se dele coerência e respeito à democracia”, finalizou o deputado Padre João.
*Com informações do site brasildefato.com.br.