Com intuito de debater as violações de direitos dos povos das águas e conflitos fundiários no Norte de Minas Gerais, o deputado federal Padre João apresentou à Comissão de Direitos Humanos e Minorias requerimento para realização de audiência pública. Objetivo é discutir as violências praticadas por jagunços, grilagem de terras públicas da União, decisões jurídicas arbitrárias e situação das comunidades tradicionais que estão sendo expulsas dos seus territórios.

Para denunciar todas essas ocorrências, representantes de comunidades pesqueiras e de camponeses do Norte estão em Brasília entre os dias 22 e 25 de maio, com o objetivo de fazer com que esse debate ganhe apoio político e visibilidade nacional. O deputado Padre João recebeu representantes das comunidades tradicionais em seu gabinete, participou de reunião com o Núcleo Agrário do Partido dos Trabalhadores e na Secretaria de Patrimônio da União (SPU).

São pelo menos quinze comunidades situadas em nove municípios envolvendo diversas coletividades identitárias, tais como pescadores artesanais, vazanteiros, geraizeiros, quilombolas, entre outros. “Fatos recentes ocorridos na região mostram uma situação grave de violação de direitos e de avanço da violência no campo, como ocorre em várias regiões do país. Os fazendeiros montam um esquema para destruir qualquer iniciativa popular de democratização da terra. A estratégia do latifúndio tem envolvido milícias armadas, organizações ruralistas locais, empresa de comunicação, de segurança e setores do judiciário”, relata Padre João.

A audiência ainda não tem data definida para a realização e trata-se de um requerimento conjunto dos deputados mineiros Padre João e Patrus Ananias.