A Comissão Especial que analisa a Política Nacional de Redução de Agrotóxicos (PL 6670/16) adiou para a próxima terça-feira, 4, a votação do relatório do deputado Nilto Tatto (PT-SP), que propõe, entre outras medidas, a criação de zonas de uso restrito e até zonas livres de agrotóxicos, como áreas próximas a escolas e residências. Também proíbe o uso de produtos considerados extremamente tóxicos e prevê a revalidação dos registros a cada dez anos.
O deputado federal Padre João defendeu veemente a redução do uso dos agrotóxicos, com intuito de garantir a saúde do povo e a preservação do meio ambiente. “É importante reafirmar a responsabilidade que deve ter cada parlamentar com a mãe-terra, as águas, as matas e com a produção de alimentos, que deve garantir saúde para o nosso povo e não doenças. Lamentável quando um parlamentar defende o uso de veneno sabendo que ele mesmo é vítima. Já foi comprovado o nexo dos agrotóxicos com o câncer, com doenças neurológicas, com o extermínio das abelhas. É de uma irresponsabilidade enorme quem defende a produção de alimento com veneno”, afirmou.
Padre João defendeu ainda o relatório do deputado Nilto Tatto. “O relatório do Nilto externa respeito e amor à nossa principal mãe, a mãe-terra, que está sendo violentada. Nenhum de nós consegue sobreviver sem a mãe-terra e temos que aprender com nossos irmãos indígenas como cuidar. Promover uma legislação que amplia a possibilidade de utilização de mais venenos é uma agressão à mãe-terra, é contaminar as águas. Esperamos a sensibilidade e o comprometimento dos colegas deputados e deputadas para aprovarmos o relatório da comissão e no plenário, para dar um basta à produção de alimento com veneno”, finalizou.
Os deputados encerraram nessa quarta-feira, 28, a fase de discussão da proposta. Deputados contrários ao texto prometem obstruir os trabalhos, com requerimentos e discursos que atrasem a votação. A Política Nacional de Redução de Agrotóxicos é um contraponto a outra proposta (PL 6299/02) que já está pronta para votação no Plenário da Câmara e facilita a liberação de novos pesticidas, mesmo sem testes conclusivos dos órgãos ambientais (Ibama) e de saúde (Anvisa).