O deputado federal Padre João somou-se à comunidade médica e a outros defensores da saúde pública no Brasil e protestou contra a iniciativa do ministro da Justiça, Sérgio Moro, que avalia a redução de impostos sobre a comercialização de cigarros no Brasil. Moro defende que a medida vai diminuir o contrabando e o comércio clandestino do produto, mas Padre João acha que isso apenas aumentaria o número de fumantes no país, beneficiando a indústria e trazendo ainda mais custos para a saúde pública.
Padre João lembrou que as ações contra o tabagismo adotadas pelo Brasil nos últimos anos, inclusive o aumento da tributação, ajudaram o país a diminuir expressivamente o consumo de cigarros. “Nas décadas de 1970 e 1980 havia uma verdadeira cultura do tabagismo no Brasil, o que levou à morte milhares de cidadãos”, disse. O parlamentar apontou números da Organização Mundial da Saúde mostrando que em 1989 quase 35% dos brasileiros fumavam e que, em 2017, esse percentual caiu para cerca de 10%.
A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara, da qual Padre João é integrante, vai decidir nos próximos dias se convida Moro e o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, para debaterem o tema. Padre João apoia a realização do debate por entender que esta é uma questão de saúde pública: “Não podemos abrir mão de discutir algo tão importante, pois os males do tabagismo oneram demais a sociedade. Facilitar o acesso a um produto que só faz mal à saúde é um absurdo que só interessa à indústria. Não aceitaremos isso”, protestou.