A Igreja Católica está reunida desde o último dia 6 de outubro para discutir a sua presença na região pan-amazônica. O encontro com padres, bispos, leigos e o Papa Francisco ocorrerá até o próximo dia 27 de outubro e promete intensas reflexões sobre o meio ambiente e atuação dos religiosos frente à cultura dos povos que habitam a região.
O Sínodo foi convocado em outubro de 2017 pelo Papa Francisco. Bispos de nove países que fazem parte da floresta (Brasil, Peru, Colômbia, Bolívia, Venezuela, Guiana, Guiana Francesa e Suriname) levam ao Papa as demandas dos povos tradicionais da região. O Brasil tem a maior delegação, com 118 integrantes, sendo 56 bispos da região amazônica.
O Sínodo da Amazônia foi uma resposta do Papa Francisco à realidade da Pan-Amazônia. De acordo com Francisco, “o objetivo principal desta convocação é identificar novos caminhos para a evangelização daquela porção do Povo de Deus, especialmente dos indígenas, frequentemente esquecidos e sem perspectivas de um futuro sereno, também por causa da crise da Floresta Amazônica, pulmão de capital importância para nosso planeta. Que os novos Santos intercedam por este evento eclesial para que, no respeito da beleza da Criação, todos os povos da terra louvem a Deus, Senhor do universo, e por Ele iluminados, percorram caminhos de justiça e de paz”.
Comitiva de deputados brasileiros entrega no Sínodo relatório sobre direitos humanos na Amazônia
No próximo sábado (12), um coletivo de parlamentares segue em missão oficial para acompanhar, no Vaticano, o Sínodo para a Amazônia, que este ano tem como tema “Amazônia: novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral”. A ida para o encontro, que reúne 250 bispos, foi autorizada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia. Fazem parte do grupo Helder Salomão (PT/ES), Bira do Pindaré (PSB/MA), Jandira Feghali (PCdoB/RJ), Camilo Capiberibe (PSB/AP), Nilto Tatto (PT/SP) e Airton Faleiro (PT/PA).
Assinam o relatório os deputados Helder Salomão (PT/ES), presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias; Nilto Tatto (PT/SP), coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista; Bira do Pindaré (PSB/MA), coordenador da Frente Parlamentar Mista em Defesa das Comunidades Quilombolas; Patrus Ananias (PT/MG), coordenador da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Soberania Nacional; Alessandro Molon (PSB/RJ), líder da oposição; Padre João ( PT/MG), coordenador da Frente Parlamentar de Segurança Alimentar e Nutricional; Joenia Wapichan Wapichana (Rede/RR), Coordenadora da Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Direitos dos Povos Indígenas; Jandira Feghali (PcdoB/RJ); Airton Faleiro Coordenador do Fórum Permanente da Amazônia; Rosa Neide (PT/MT), coordenadora da Frente Parlamentar em Defesa da Escola Pública e dos Profissionais da Educação; José Ricardo (PT/AM) e Edmilson Rodrigues (PSOL/PA).
De acordo com Padre João “O modelo de desenvolvimento atual devora a natureza. Os incêndios estão destruindo a região. A corrupção; a desflorestação e as plantações ilegais ameaçam tanto a saúde das pessoas quanto a do território e de todo o planeta.” O parlamentar ainda ressalta: “o Sínodo, ao contrário do que muitos parlamentares da base do governo federal têm dito, inclui outros países da América do Sul, como Peru, Bolívia, Colômbia, Equador, Venezuela, Suriname, Guiana e Guiana Francesa. Mais de cem bispos brasileiros participam do evento, mas só o governo que não entende sobre a necessidade de preservação é que se sente ameaçado pelo mesmo, como é o caso do governo brasileiro atual”, finaliza.
Com informações da Comissão de Direitos Humanos e da Ascom do Sínodo da Amazônia