A última quarta-feira (16), foi o dia Mundial da Alimentação. A data, devido os grandes retrocessos ocasionados pelo governo Bolsonaro, não tem nada do que ser comemorada. O Brasil, segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) e o Banco Mundial, sofre um aumento da população abaixo da linha de pobreza e a volta do Brasil para o Mapa da Fome.
Em discurso na tribuna do plenário Ulysses Guimarães, na Câmara dos Deputados, em Brasília, o deputado federal Padre João lembrou de figuras importantes que ajudaram o país no combate à fome. O parlamentar lembrou de figuras importantes como Betinho (in memorian), Dom Mauro Morelli, Josué de Castro (in memorian), o ex-presidente Lula, os agricultores familiares do Brasil, pescadores, marisqueiros e tantos outro.
O Dia Mundial da Alimentação é marcado pela fundação da FAO (Food and Agriculture Organization), Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura. De acordo com Padre João, o país está voltando para o Mapa da Fome, ocasionado por falta de políticas públicas e por falta de compromisso do governo atual, que não preza pelo pobre e o trabalhador.
O parlamentar ainda afirma que sua atuação é pautada pela luta em prol da Segurança Alimentar e Nutricional, da produção orgânica, da agroecologia e da agricultura familiar. “O governo de Bolsonaro é antipovo. Ele extinguiu ministérios, secretarias e, por último, acabou com todos os Conselhos de participação social. Como se isto não bastasse, vem reduzindo recursos nas políticas que ainda existem. Não vamos permitir mais retrocessos, vamos lutar para restabelecer a segurança alimentar no Brasil”, frisa o parlamentar.
Saiba mais:
O sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, fundou o Ibase em 1980 e, na década de 1990, tornou-se símbolo de cidadania no Brasil ao liderar a Ação da Cidadania contra a Fome, a Miséria e pela Vida, conhecida popularmente como a campanha contra a fome. Betinho mobilizou a sociedade brasileira para enfrentar a pobreza e as desigualdades.
Dom Mauro Morelli foi o fundador do Instituto Harpia Harpyia e um dos fundadores do Movimento pela Ética na Política. Fortaleceu a Ação da Cidadania contra a Fome, a Miséria e pela Vida. Esteve à frente da criação do conceito de segurança alimentar como combate à fome e foi um dos articuladores do programa Mutirão de Combate à Desnutrição Materno-Infantil. Foi membro do Comitê Permanente de Nutrição da ONU, e atualmente é presidente do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável de Minas Gerais – CONSEA/MG.
Josué de Castro caracterizou seu pensamento por romper com algumas falsas convicções que imperavam em seu período (e que ainda se fazem presentes nos dias atuais) de que a fome e a miséria do mundo eram resultantes do excesso populacional e da escassez de recursos naturais.
Em suas obras, provou que a questão da fome não se tratava do quantitativo de alimentos ou do número de habitantes, mas sim da má distribuição das riquezas, concentradas cada vez mais nas mãos de menos pessoas. Por isso, acreditava que a problemática da fome não seria resolvida com a ampliação da produção de alimentos, mas com a distribuição não só dos recursos, como também da terra para os trabalhadores nela produzirem, tornando-se um ferrenho defensor da reforma agrária.
Já o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi o responsável por erradicar a fome no Brasil. Em 2010, ele foi condecorado pela Organização das Nações Unidas (ONU) com o título de “Campeão Mundial na Luta Contra a Fome”. Lula passou fome durante uma infância sofrida no Nordeste, de onde saiu com sua família correndo da miséria e como a maioria dos migrantes daquela região, estabelece-se no Sudeste do país, lá ele começou um dos maiores movimentos sindicais em um período onde as mobilizações sociais eram quase extintas e, a partir daí, decidiu que acesso à comida tinha de ser um direito humano fundamental.
Com informações do Brasil Escola