Mesmo os que nunca foram ao Vaticano, mas o viu por fotos e vídeos, seja na internet ou televisão, é comum lembrar da Praça São Pedro sempre cheia de fiéis, todos esperando qualquer movimentação do Sumo Pontífice, mas algo inédito na milenar história da Igreja Católica aconteceu na última sexta-feira (27/03). O papa Francisco realizou a bênção extraordinária Urbi et Orbi, na intenção do fim da pandemia do novo coronavírus. O que chama atenção é o fato dele estar sozinho. Ele ainda concedeu indulgência plenária, ou seja, o perdão dos pecados, aos fiéis.
“A Itália vive hoje uma das suas maiores crises. Já passam de 10 mil o número de mortos naquele país. Imagens de caminhões transladando os corpos em caixões lacrados nos chamam a reflexão diariamente. O Papa, maior líder de nossa Igreja, não estava só por falta de opção, ele assim o quis, para dar exemplo. É preciso pensarmos no próximo, naqueles a quem amamos”, afirma Padre João.
Francisco pediu para Deus “olhar a dolorosa situação” da humanidade. “Deus onipotente e misericordioso, conforta teus filhos e abre nossos corações à esperança, porque sentimos sua presença de Pai em nosso meio”, disse, ao abrir a oração.
O papa também pediu aos católicos que tenham fé, paciência e demonstrem união. Afirmou ainda que, em meio a um momento de caos social, é necessário priorizar as vidas. “É tempo de separar aquilo que é necessário daquilo que não é (…) Estamos todos no mesmo barco, todos.”
Na Praça de São Pedro, onde ocorreu a bênção, estava um crucifixo considerado milagroso. A peça religiosa, de mais de 500 anos, usada para conter uma peste na Itália em 1522, foi levada ao Vaticano para a celebração pelo fim do coronavírus.
“Infelizmente, há muitos que se dizem líderes – inclusive no Brasil – que não estão preocupados. Eles fomentam aglomerações e incitam a população contra as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS). Isso não é amor, talvez muito mais para fomentar o lucro. O verdadeiro líder é o que nos dá exemplo, assim como Francisco”, conclui o parlamentar.
CNBB contra o coronavírus
A CNBB, Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, reforçou na semana passada a necessidade do distanciamento social, o “Fique Em Casa” para conter o avanço da doença. Em sua fala, o presidente, Dom Walmor, arcebispo de Belo Horizonte, condenou a postura de Jair Bolsonaro e pediu ações rápidas para ajudar os mais pobres, moradores de rua, desamparados e desempregados. Uma ação conjunta de todos para vencermos esta grave crise. A vida humana em primeiro lugar.
De acordo com Padre João, “a CF 2020 proclama que a vida é dom e compromisso! Seu sentido consiste em ver, solidarizar-se e cuidar. A vida é essencialmente samaritana!”, o deputado reflete: “‘Viu, sentiu compaixão e cuidou dele’, que é o tema dessa campanha nos chama a cuidar das pessoas que estão em situação de rua, que vão precisar de políticas públicas eficazes e da comunidade cristã, mas, também, nosso compromisso e cuidado para com o outro, que neste momento é o distanciamento social, seguindo as recomendações da OMS”, finaliza Padre João.