O que se passa na cabeça destas pessoas que saíram às ruas em defesa do presidente Bolsonaro, no dia da Independência? Será que pensam? O presidente da nação sobe em dois trios elétricos, um em Brasília e outro em São Paulo e fala para milhares de seguidores. Fala e não diz nada. Diz algo só para sua trupe, seus asseclas. Como lobo uivante nas montanhas procurando formar alcateias.
A expectativa de seus apoiadores, imagino, seria ouvir um plano político de combate à grave crise pela qual passa o País? Não vou citar aqui a fome, porque este povo não sabe o que é fome. São 20 milhões de “famintos” no Brasil, que não tem o que comer. Não vou citar o desemprego, porque são todos empregadores. Não se preocupam com os 15 milhões de desempregados e abandonados. Não vou falar do risco-país e da falta de credibilidade. Nem vou citar a pandemia, porque eles não acreditam nela. Imagino que esperassem do presidente uma postura política que agradasse mais o mercado, que reduzisse as taxas de juros, que diminuísse o preço dos combustíveis, ou mais investimentos para o agronegócio, além das críticas, é claro, de que o País está nesta situação por causa do PT, provocada pelo ex-presidente Lula e por Dilma. Mas nem isso! O presidente genocida se contentou em seu discurso a falar de um membro do Supremo Tribunal Federal, o Ministro Alexandre de Morais. Uma fala de ameaça às Instituições, da quebra da harmonia entre os poderes, de golpe contra a democracia, de deslegitimar o processo eleitoral e de incitação ao ódio.
Contudo, esta postura de Bolsonaro não deve nos assustar. Sabemos que dele não há nada a se esperar. As vibrações de seus fiéis, adeptos, diante de suas falas ocas, vazias, sem consistências e fundamentos, não deixam dúvida de que esta era a pauta que os motivou a irem às ruas: um Brasil sem problemas, apenas perturbado por uma democracia e uma tripartição de poderes que não deixa um mito governar. O Brasil à beira de apagão elétrico, inflação fora de controle, o preço dos alimentos e dos combustíveis não para de subir, o desemprego bate recorde e o Presidente não tem fala sobre estas questões. Muito pelo contrário, torra dinheiro público em motociatas, desfile de tanques de guerra com motores fumando óleo e agora, este carnaval antidemocrático e golpista.
Este projeto de ultraliberalismo, conservadorismo, racista, homofóbico, usa a Constituição, instituições e religiões para propagar ideologias num sistema de lavagem cerebral, com frases prontas, fake News, repetidas, como falas de papagaio. Um fenômeno cibernético gerador de ódio e irracionalidades. Tudo patrocinado por interesses econômicos perversos, sem humanidade e devastador do meio ambiente e dos recursos naturais.
Por isso, é preciso parar este sistema. Bolsonaro é uma ameaça para o Brasil e para o mundo. Fora genocida. Inimigo do povo brasileiro.