ALMG debate o conflito entre Israel e o Povo Palestino
Em audiência pública a perseguição ao Comitê Mineiro de Solidariedade ao Povo Palestino
Juntos para Servir realizou na ALMG, na última quinta-feira, 4, audiência publica sobre o genocídio em Gaza cometido pelo governo de Irsrael e, os ataques e perseguição ao Comitê Mineiro de Solidariedade ao Povo Palestino. Durante a audiência foram denunciados números alarmante de crianças e mulheres palestinas vítimas de genocídio, entre milhares de mortos e feridos. A audiência atendeu a requerimento da Comissão de Trabalho, do deputado Leleco Pimentel (PT), que comandou a reunião.
Para Leleco é preciso garantir o direito à liberdade de expressão e de defesa de um Povo que vem sofrendo todo tipo de atrocidades e violências, incluindo à sua cultura, ao longo de 76 anos e, nos últimos 7 meses estão sendo bombardeados ininterruptamente pela entidade sionista de Israel.
Entre os convidados para a audiência o presidente do Instituto Brasil-Palestina IBRASPAL, Dr Ahmed Shehada, Vera Maria Velloso Prates, Médica, Psiquiatra, membro da Coordenação da Associação Brasileira de Médicas e Médicos pela Democracia – ABMMD, Maria Dirlene representando Comitê Mineiro de Solidariedade ao Povo Palestino, deputado estadual Betão (PT) – Presidente da Comissão de Trabalho, Tânia Correia Abdala representante palestina, Breno Altman jornalista e fundador de site Opera Mundi, entre outros convidados que contribuíram para o debate.
“Defender Israel equivale a compactuar com o massacre de 15 mil crianças inocentes que mal sabiam o motivo de sua condenação à morte. O regime de extrema-direita que lidera Israel está determinado a eliminar o povo palestino. Se você não se solidariza com o massacre dos palestinos, é hora de repensar sua compreensão da humanidade”, afirma Leleco Pimentel.
Nos últimos oito meses de genocídio, 75% dos palestinos assassinados são crianças e mulheres, totalizando 15.821 crianças, 10.475 mulheres e 37.626 no total. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), dez crianças perdem uma ou duas pernas a cada dia em Gaza. Hoje, não tem nenhuma energia na Faixa de Gaza, 33 dos 35 hospitais foram destruídos e é proibida a entrada de ajuda humanitária.
Durante a audiência, várias manifestações ocorreram com o intuito de distinguir entre antissionismo e antissemitismo, além de denunciar a pressão legal por parte de entidades judaicas contra aqueles que apoiam a causa palestina. Houve também repetidas declarações sobre o alto nível de destruição injustificado na Faixa de Gaza e defendendo a suspensão imediata de quaisquer laços diplomáticos, econômicos e militares entre o governo brasileiro e o Estado de Israel.
Ahmed Shehada, presidente do Instituto Brasil-Palestina, enfatizou que as críticas às ações de Israel não devem ser equivocadamente associadas ao antissemitismo. Ele ressaltou: “Ser contra Israel não é o mesmo que ser antissemita. O sionismo nunca foi uma organização terrorista e criminosa. A luta do povo palestino não se iniciou em 7 de outubro, mas sim decorre de 106 anos de ocupação, primeiro britânica e atualmente israelense”.
Em contato contínuo, embora de maneira precária, com familiares e amigos que enfrentam diariamente a crise que assola a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, Tania Correa Abdala destacou que os números mais recentes indicam aproximadamente 38 mil mortos, 40 mil feridos, 10 mil desaparecidos sob os escombros e 15 mil crianças órfãs. Ela ressaltou: “É importante frisar que somos antissionistas e não antissemitas. O que está ocorrendo lá é uma limpeza étnica conduzida por um estado sionista colonial e racista. Eles nos veem como algo pior que ratos e baratas. Israel está mirando no futuro de Gaza e não está poupando nem mesmo médicos, professores e jornalistas, que são mortos, presos ou torturados.”
A Dra. Vera Maria Velloso Prates, representante da Associação Brasileira de Médicas e Médicos pela Democracia, ressaltou a disparidade nos números de vítimas de cada lado após o ataque promovido pelo Hamas: “Das vítimas fatais, 44% são crianças. Não há argumento que me convença de que crianças são terroristas. Muitas delas, quando sobrevivem, sofrem graves ferimentos e têm membros amputados sem anestesia. Conseguem imaginar uma cena tão brutal como essa?” Breno Altman, criador do site OperaMundi e autodeclarado judeu antissionista, denunciou a alegada estratégia sionista adotada globalmente de confundir os dois termos, visando intimidar ativistas palestinos por meio de processos judiciais. Ele afirmou: “O objetivo deles é sobrecarregar os críticos antissionistas com ações judiciais, levando-os à exaustão física e financeira, desmoralizando-os e forçando-os ao silenciamento.”
Câmara dos Deputados
Membro do projeto Juntos para Servir ao lado de Leleco Pimentel, o deputado federal Padre João foi um dos convidados para a audiência. Referência na luta em defesa da Palestina, o parlamentar se reuniu com o ministro da Defesa, José Múcio, no início do mês para apresentar uma série de propostas construídas conjuntamente com diversos movimentos pedindo embargos militares do Brasil contra Israel.
“Força, Palestina! Vocês são resistentes e merecem um futuro digno e humano. Sofremos diariamente ao testemunhar o que vocês enfrentam à distância. Que o Lula seja o porta-voz de todo o sofrimento e injustiça que a Palestina enfrenta há anos, intensificados desde outubro”, afirma o deputado.
DO RIO AO MAR
“Da margem do rio ao mar, a Palestina será libertada.” O rio Jordão serpenteia desde o extremo nordeste de Israel, passando pelo Mar da Galileia até o Mar Morto. Ao longo de grande parte de seus 250 quilômetros de extensão, o Jordão serve como fronteira entre Israel e a Cisjordânia de um lado, e a Jordânia do outro. “Da margem do rio ao mar” abrange Israel, a Cisjordânia e a Faixa de Gaza.