Na última segunda-feira (13), a Justiça Federal suspendeu a interrupção de pagamentos de auxílio financeiro anunciada pela Fundação Renova. Com a proposta da fundação, cerca de 7 mil atingidos e atingidas ficariam sem o benefício em toda a Bacia do Rio Doce, em Minas Gerais e Espírito Santo.
A Justiça Federal suspendeu, liminarmente, a interrupção unilateral de pagamento do Auxílio Financeiro Emergencial a milhares de atingidos ao longo da bacia do Rio Doce após a forte mobilização popular e pela ação de deputados para que houvesse o impedimento desta decisão.
O deputado federal Padre João foi um dos que solicitaram, por meio da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, da qual é vice-presidente, à Procuradoria-Geral da República, meios para evitar a suspensão do auxílio.
Pagamento seria apenas até agosto
No início do mês de julho, a Renova lançou comunicado às famílias atingidas onde informava o pagamento do auxílio apenas até agosto para atingidos que não preenchem o Termo de Transação e de Ajustamento de Conduta (TTAC) e para aqueles que já teriam condições de retomar suas atividades produtivas. O TTAC, que prevê medidas de reparação ao crime, foi assinado em 2016 pelas Samarco (Vale/BHP), União e governos de Minas Gerais e do Espírito Santo.
De acordo com o deputado federal Padre João é lamentável que a Samarco (Vale/BHP Billiton), mesmo depois de todos os crimes contra os atingidos(as) e ao nosso meio ambiente, ainda quer se eximir de pagar por seus erros. “As pessoas levavam suas vidas normalmente, mas aí o lucro falava mais alto. A Samarco não se importava com a vida humana e agora quer suspender o pagamento, uma pequena reparação para o crime que ela mesma cometeu. Não podemos aceitar esta situação”, finaliza Padre João.