Desde o último dia 26 de fevereiro, quarta-feira de Cinzas, somos convidados a refletir a Campanha da Fraternidade 2020, lançada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Somos chamados a reflexão neste período quaresmal, à espera da páscoa de Nossa Senhor.
A campanha, Fraternidade e Vida: dom e compromisso e o lema: “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele” é este convite que a Igreja nos faz para revermos atitudes e para nos cobrar mais atenção para com o próximo.
Desigualdade abissal
O capitalismo e o neoliberalismo não conseguem mais dar respostas para a humanidade. A desigualdade é abissal com 4 bilhões de pessoas do planeta abaixo da linha da pobreza e 1% da população mundial detém toda a riqueza do mundo. A concentração das riquezas tende a aumentar. O Papa Francisco mexeu nesta ferida. Ele tem denunciado este sistema perverso. Criamos novos ídolos. A adoração do antigo bezerro de ouro encontrou uma nova e cruel versão no fetichismo do dinheiro e na ditadura de uma economia sem rosto e sem um objetivo verdadeiramente humano.
Crise mundial
A crise mundial que enfrentamos – que envolve as finanças e a economia – põe a descoberto os seus próprios desequilíbrios e, sobretudo, a grave carência de orientação antropológica que reduz o ser humano a apenas uma das suas necessidades: o consumo.
Essa realidade faz com que o Papa promova encontros para debater uma nova economia para o mundo. O estado deve ser o provedor do bem-estar social. E mais do que isso: a humanidade precisa encontrar outros caminhos, outro modo de viver, com solidariedade humana, com preservação ambiental e justiça social.
Lembremos que Quaresma é tempo de conversão e que podemos sim ver no outro o próprio Cristo; no homem, na mulher, no índio, nos LGBTs, nos pobres e marginalizados pela sociedade. É preciso colocar em prática os ensinamentos de Jesus, o Cristo, verdadeiro e único Messias: “Amai-vos uns aos outros”. Então, só ame!
Deputado federal Padre João (PT-MG)