Neste domingo, 5, o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, completa dois anos. Durante todo esse período as empresas Samarco, Vale e BHP Billiton, responsáveis pela barragem, não foram responsabilizadas pelo crime que tirou a vida de 19 pessoas e não fizeram reparação dos danos causados às regiões afetadas. Com intuito de fortalecer a luta das famílias e chamar a atenção das autoridades para a questão da impunidade relacionada ao crime, estão programadas várias celebrações nessa data.
Às 8h haverá Missa na Comunidade Gesteira, em Barra Longa. Às 10h a celebração será no Centro de Barra Longa. Já em Mariana, estão programadas quatro celebrações: às 11h no distrito de Camargos; às 13h em Bento Rodrigues; às 15h em Paracatu; e às 17h haverá caminhada saindo no Centro de Convenções até o Santuário Nossa Senhora do Carmo, onde haverá Missa presidida pelo arcebispo da Arquidiocese de Mariana, Dom Geraldo Lyrio Rocha. Famílias atingidas, moradores, lideranças sociais, políticas e religiosas irão participar das celebrações.
Audiência pública irá debater situação das famílias
O deputado federal Padre João requereu à Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) a realização de audiência pública para tratar dos impactos ambientais, socioeconômicos, o cumprimento das decisões judiciais e a reparação dos danos causados. O debate será realizado no dia 23 de novembro, às 10h, na reunião da CDHM, em conjunto com a Comissão de Meio Ambiente.
“A comissão vem apurando violações de direitos humanos após o rompimento da barragem, sobretudo a falta de atendimento às famílias atingidas. Problemas de saúde resultante da contaminação da água captada para consumo; discriminação contra mulheres pescadoras; indenização insuficiente às famílias afetadas; e criminalização dos movimentos sociais são denúncias registradas no relatório da audiência realizada em 2016. Porém não houve avanços. Queremos trazer novamente esses temas em discussão, a fim de exigir das empresas que apresentem respostas sobre as medidas em andamento para reparar os danos causados à população e ao meio ambiente”, explicou Padre João.