Em reunião ordinária do Conselho Municipal de Desenvolvimento do Meio Ambiente (Codema) de Catas Altas (MG), realizada na última terça-feira (18), foi revogada, por unanimidade dos conselheiros, a declaração de conformidade para a expansão da Mina de São Luiz, de propriedade da Vale S/A.
A declaração, emitida em junho de 2015, foi aprovada mesmo sem o consentimento dos moradores do distrito do Morro D’água Quente e Catas Altas. A expansão da mina da Vale implicará na reativação das cavas Tamanduá e das Almas, que ficam muito próximas às casas e que destruirá os mananciais de água que abastecem a cidade.
A população de Catas Altas está cada vez mais organizada e em resistência contra a expansão do projeto São Luiz. Sabem que a reabertura das minas implicará no agravamento dos problemas de saúde causado pela mineração, no prejuízo dos atrativos culturais e turísticos do município, na destruição de nascentes e no comprometimento do uso de cachoeiras e a barragem do mosquito, fontes de lazer para o município.
Em dezembro de 2019, o caso repercutiu nacionalmente quando um morador, revoltado com os descasos da mineradora, desferiu golpes em um diretor da Vale. O morador vive o medo do rompimento de estruturas do complexo minerário da Vale. Ele vive na chamada “zona de auto-salvamento”, o que significa uma pressão psicológica constante.
De acordo com o deputado federal Padre João, esta é, sem dúvida, uma grande conquista. “Seu caráter de maior importância se deve, principalmente, por ter sido uma mobilização popular, tendo em vista que o Codema é um órgão colegiado, consultivo, deliberativo e normativo, composto paritariamente por membros da sociedade civil, de organizações do executivo e de entidades ligadas ao tema”, afirma o parlamentar que comemora a conquista da população: “Estão de parabéns! O lucro não vale a vida”, finaliza.