Na tarde de quinta-feira do dia 5 de novembro de 2015, cerca de 39 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério foram liberados no meio ambiente. O rompimento da barragem de rejeitos da mineradora Samarco, cujos donos são a empresa brasileira Vale e a anglo-australiana BHP Billiton, causou uma enxurrada de lama que inundou várias casas no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, na região Central de Minas Gerais. Em meio ao desespero, famílias perderam seus entes queridos e o Rio Doce perdeu sua vida.
“Um crime continuado”, diz Padre João, que reforça: “além de ser contra a vida humana é, também, um ato criminoso contra o meio ambiente. Tudo isso em troca do lucro”. Indignado, o deputado lembrou, em Audiência Pública na Comissão de Direitos Humanos e Minorias, que nada foi feito de concreto para amenizar a situação das famílias. Que a Fundação Renova não se preocupa com a saúde dos atingidos e que não reconhece todos os que são afetados pelo crime da mineradora Samarco e, portanto, não lhes dão atenção e o que lhe são de direito.
Padre João denuncia que nos últimos dias e por meio de mutirão e ação popular é que a primeira casa foi erguida para uma família atingida, reforçando que a Fundação Renova, criada para sanar os problemas, não teve a capacidade de fazer nenhuma ação concreta durante todo este período. “São 4 anos de um crime sem precedentes e que até hoje os culpados não estão sendo punidos”, critica o parlamentar.
Recordando a sua visita ao local da tragédia, logo após ter acontecido o crime e a época como presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, Padre João comentou que ele próprio sentiu-se mal com todas as substâncias liberadas no ambiente naquela região. “No último dia 5 de novembro 2019, completaram 1.461 dias, 208 semanas, 48 meses sem explicações; sem mudanças na vida dos atingidos e sem reparação ao meio ambiente. Não nos calaremos contra estas grandes empresas. Continuaremos a cobrança por reparações e por explicações”, finaliza.