No dia 5 de novembro completa dois anos que o Brasil vivenciou o maior crime ambiental de sua história: o desastre ocorrido com o rompimento da Barragem de Fundão, em Mariana, operada pelas empresas Samarco, Vale, BHP Billiton. O deputado federal Padre João requereu à Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) a realização de audiência pública para tratar dos impactos ambientais, socioeconômicos, o cumprimento das decisões judiciais e a reparação dos danos causados. O debate será realizado no dia 7 de novembro, às 10h, na reunião da CDHM.
“Esta comissão vem apurando violações de direitos humanos após o rompimento da barragem, sobretudo a falta de atendimento às famílias atingidas. Problemas de saúde resultante da contaminação da água captada para consumo; discriminação contra mulheres pescadoras; indenização insuficiente às famílias afetadas; e criminalização dos movimentos sociais são denúncias registradas no relatório da audiência realizada em 2016. Porém não houve avanços. Queremos trazer novamente esses temas em discussão, a fim de exigir das empresas que apresentem respostas sobre as medidas em andamento para reparar os danos causados à população e ao meio ambiente”, explicou Padre João.
Outro questionamento que será apresentado na audiência trata da construção da Nova Bento Rodrigues. A área escolhida pelos atingidos é conhecida como Lavoura e pertence à empresa ArcelorMittal. O terreno que deveria abrigar o novo distrito fica a cerca de oito quilômetros da sede da cidade histórica e a cerca de nove quilômetros do distrito destruído pelo “mar de lama”. Segundo a Samarco, a área destinada à construção é de 89 hectares.
Tragédia em números:
· 19: número de mortos
· 50 km: distância que a lama avançou
· 60 milhões m³: quantidade de lama que vazou da barragem
· R$ 155 bilhões: estimativa do Ministério Público Federal dos prejuízos causados pelo desastre
· 39: número de cidades atingidas pela lama
· 500 mil: pessoas tiveram o abastecimento de água comprometido