A greve dos caminheiros expôs uma série de problemas que a sociedade brasileira precisa discutir e enfrentar, um deles é a dependência do petróleo e de um dos seus principais derivados: a gasolina. Nesta quarta-feira, 30, a greve dos caminhoneiros completa dez dias e foi somente no início desta semana que alguns postos de Belo Horizonte e Região Metropolitana começaram a receber combustíveis para comercialização. Consumidores madrugando para abastecer e filas quilométricas evidenciam a necessidade urgente de buscar alternativas frente à dependência da gasolina. Defensor da agricultura familiar, do meio ambiente e do desenvolvimento sustentável, o deputado federal Padre João apresentou em fevereiro deste ano, o Projeto de Lei 9625/2018, que dispõe sobre a política de incentivo à produção de etanol em microdestilarias e em cooperativas de pequenos produtores.
A descentralização da produção do etanol em microdestilarias, com capacidade de produção de até 10 mil litros de álcool combustível por dia, facilitaria a distribuição para os postos e para o consumidor final. Além disso, o álcool é combustível renovável, limpo e autossustentável. Bastam apenas terras agricultáveis para que se plante a cana-de-açúcar e outros insumos capazes de produzir o etanol. Já a gasolina, estima-se que em meados deste século estarão extintas todas as fontes de petróleo já descobertas.
De acordo com a proposta apresentada pelo deputado Padre João, caberá ao poder público apoiar a implantação e o desenvolvimento de microdestilarias de etanol e fábricas de beneficiamento dos produtos derivados; criar oportunidades de renda e de trabalho para os projetos beneficiados pelos assentados da reforma agrária; estimular atividades agropecuárias que utilizem os subprodutos das matérias-primas; oferecer suporte técnico aos projetos e curso de capacitação gerencial aos produtores; entre outras determinações.
“O processo de montagem e operação de pequenas unidades produtoras de etanol é simples, barato e acessível aos produtores. É preciso acabar com o monopólio das distribuidoras. O incentivo à produção do etanol em microdestilarias e o atendimento a postos e consumidores finais da região reduziria o alto custo do transporte e, consequentemente do produto final, além de trazer benefícios socioeconômicos para as áreas rurais”, defendeu Padre João.