Artigo publicado na Edição 190 do Jornal Brasil de Fato – 23 a 28 de junho
Nunca atravessamos uma crise tão séria e aguda como esta. Crise política, econômica e social. Fica cada vez mais evidente a luta de classes, o confronto entre projetos de concepção de Estado. De um lado, o estado neoliberal, mínimo, rentista e capitalista que foi derrotado nas urnas nas últimas quatro eleições. No meio do caminho, o golpe.
Tudo programado com um roteiro cinematográfico. O primeiro foi a tentativa de destruir o Partido dos Trabalhadores, suas lideranças e todo o conjunto de políticas de inclusão social. Tarefa exercida pela guerrilha midiática, com apoio e vazamentos de setores de Ministério Público Federal, Polícia Federal e do Judiciário. Com a derrota nas eleições de 2014, Aécio Neves, PSDB, PMDB e a elite protagonizam esta tarefa, amparados pelos mesmos atores.
Golpe consumado, democracia destruída, Constituição Federal violada. Não deu certo. O golpe está em ruínas e leva o país ao abismo. Desemprego em alta, violência sem controle, caos na saúde, aumento do nível de pobreza, privatização e terceirização desenfreadas. O preço do golpe está sendo colocado nas costas do trabalhador e dos aposentados.
E agora? Diante desta bagunça institucional, só nos resta uma saída. Ocupar as ruas, reconstruir a democracia, respeitar a soberania do voto popular e o estado democrático de direito. Impedir os retrocessos e estancar a perda de direitos, sobretudo as reformas da Previdência e Trabalhista. Devolver o Brasil aos brasileiros. Lutar contra o entreguismo.
Sempre defendi a Reforma Política como a mãe de todas as reformas. O financiamento público de campanha é a garantia de equilíbrio na disputa e uma das maneiras de fechar as portas para a corrupção. O que não podemos é criminalizar a política em detrimento da sua judicialização com um ativismo sem nenhum controle, sustentados por uma mídia que julga e condena em ato relâmpago. É preciso restabelecer o equilíbrio entre os poderes.
Vamos à luta! E mesmo diante de um Congresso refém do poder econômico, promíscuo, vendido, em que os mandatos se transformaram em balcões de negócio, ainda é possível mudar e fazer alguma coisa. Nem tudo está perdido. O povo unido tem poder. Diretas já!