O governo golpista de Michel Temer quer privatizar quatro usinas da CEMIG que correspondem a 50% da energia produzida pela empresa. O deputado federal Padre João criticou na última terça-feira, 8, em reunião da Frente Parlamentar em Defesa do Setor Elétrico, o leilão das usinas de São Simão, Jaguara, Miranda e Volta Grande. Caso a venda seja concretizada, como quer o presidente ilegítimo, o preço da conta de luz pode triplicar. Impedir a privatização do setor elétrico brasileiro foi o principal ponto de pauta de reunião de trabalho da Frente.
“Temer quer entregar nosso patrimônio a preço de banana. A ganância em conseguir dinheiro a qualquer custo e com a desculpa de diminuir rombos no Orçamento, os golpistas vão entregar as unidades para arrecadar R$ 12 bilhões, lembrando que as usinas, patrimônio do povo mineiro, valem muito mais. Esta é a política desta corja que está no poder: do entreguismo, da privatização, que se curva diante do mercado financeiro e vira as costas para os interesses do povo brasileiro”, alfinetou Padre João.
Segundo Fabíola Latino Antezana, diretora do Sindicato dos Urbanitários do Distrito Federal (STIU-DF), apesar de a energia estar presente em todas as nossas atividades, a sociedade brasileira não tem clareza sobre a importância das empresas estatais para o setor elétrico brasileiro. “A sociedade não tem ideia do impacto que a privatização do setor elétrico vai representar em suas vidas”, ao destacar o impacto direto sobre as contas de luz, o planejamento energético e o desenvolvimento regional e nacional.
Gunter de Moura, diretor da Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge), afirmou que o governo ilegítimo de Temer pretende atacar o sistema Eletrobrás, que é o maior gerador do país, um dos principais transmissores e tem uma influência muito forte na distribuição, principalmente, na Amazônia. “Nosso desafio é demonstrar para a sociedade brasileira a necessidade de um sistema como o da Eletrobrás, montado desde os anos 60. Quem acabou com o racionamento no Brasil foi o grupo Eletrobrás”, lembrou Gunter.
Segundo Gunter, a privatização não envolve apenas questões políticas e financeiras, mas uma questão técnica. “É um erro técnico separar as usinas. Temos, atualmente, um sistema que integra o Brasil de norte a sul. É possível transferir energia de uma região para outra. Com isso, conseguimos aumentar a eficácia energética de todo o sistema, o que é fantástico. Quebrando essa integração, o País perderia algo semelhante a capacidade de geração da Cemig”, criticou, ao afirmar que os entreguistas não estão preocupados com esse tipo de problemática.
Participaram da reunião deputados, representantes sindicais e da Frente Mineira em Defesa da Cemig.